A empresa está construindo um produto de assinatura, para diminuir sua dependência de publicidades. De acordo com a Bloomberg, a rede social já considera esse modelo há anos, mas a pandemia e a pressão de investidores trouxeram esse projeto ao topo das prioridades.
A maior parte da receita da Twitter Inc. vem de publicidade direcionada (postagens promovidas destinadas a grupos específicos de usuários), mas seu ritmo de crescimento tem sido mais lento que o de concorrentes como Facebook Inc. e Snap Inc. A fatia do Twitter no mercado de anúncios digitais, globalmente, permanece em apenas 0,8%.
Em seu mercado mais valioso, os EUA, a base de usuários também começou a estagnar, o que significa que a empresa não pode depender de simplesmente adicionar usuários à receita.
Então, para explorar opções de receita além da venda de anúncios, várias equipes do Twitter estão pesquisando ofertas de assinatura. O diretor financeiro, Ned Segal, disse em julho que o Twitter está muito perto de explorar um serviço de assinatura, mas que planejava ser exigente sobre como ele avançaria: “Temos uma barreira muito alta para quando pedimos aos consumidores que paguem por aspectos do Twitter”.
Com base em diferentes declarações, está claro que os analistas têm ideias diferentes sobre quais opções podem funcionar melhor. O Twitter também não disse como ou quanto pretende cobrar, mas Segal compartilhou dicas em conversas com investidores e analistas nos últimos meses: “Você poderá nos ver tentando todos os tipos de coisas diferentes […] Pode ser um vídeo de qualidade superior. Pode ser analytics. Pode ser presença de negócios. Pode ser a capacidade de olhar para algo de uma maneira diferente da que você pode ver hoje”.
Algumas possibilidades para esse tipo de receita recorrente surgiram com base em pesquisas de usuários, comentários de executivos ou mudanças anteriores de produtos; e à medida que o Twitter se aproxima dos testes de produtos reais, compartilhamos aqui um resumo feito pela Bloomberg, de alguns recursos ou serviços que poderiam ser cobrados pela empresa:
• Feed sem anúncios. Esta pode ser uma ideia popular entre os consumidores, mas há alguns, incluindo Zuckerberg do Facebook, que dizem que oferecer aos usuários a possibilidade de comprar sua saída de anúncios direcionados e coleta de dados é injusto porque recompensa vantagens econômicas. Fazer isso também colocaria em risco o negócio mais importante do Twitter.
• Tweetdeck. Usuários avançados amam o Tweetdeck, que nunca teve anúncios ou gerou receita, porque eles podem obter tweets de várias linhas do tempo em tempo real. O Twitter já havia considerado cobrar pelo Tweetdeck antes.
• Conteúdo exclusivo. Isso pode ser implementado de muitas maneiras diferentes. Uma opção seria permitir que os usuários cobrassem dos seguidores por uma linha do tempo separada de seus tweets. É um conceito semelhante a um negócio de boletim informativo. Alguns tweets estão disponíveis para todos, mas outros – talvez tweets de análise ou de notícias de última hora – têm um custo extra. O Twitter acaba de adquirir a Revue, uma startup de boletim informativo, então está claro que a empresa está interessada neste modelo geral.
• Vídeo de alta qualidade. Segal mencionou essa ideia, que faz mais sentido para criadores de vídeo que desejam enviar vídeos de alta qualidade ou clipes mais longos.
• Verificação. Essa ideia pode ser popular entre os usuários, mas parece improvável que ganhe espaço dentro da empresa. A verificação é destinada a “contas notáveis”, de acordo com o Twitter, o que indica que não acredita que a verificação deva estar à venda. Pesquisas do Twitter mostraram que ele está considerando um selo de verificação para empresas, embora não esteja claro o que isso envolveria ou se cobraria uma taxa.
• Analytics. Os usuários já obtêm algumas análises gratuitas, como quantos seguidores alguém adicionou em um mês e quantas impressões as postagens obtêm. Mas há muito mais que o Twitter pode oferecer, como dados demográficos dos seguidores ou quais os melhores horários para postar. Pesquisas com Segal e com usuários sinalizaram que a empresa está considerando essa opção.
• Recursos do consumidor. Isso pode incluir cores personalizadas, hashtags ou adesivos para perfis de usuário e postagens. Esses tipos de pequenas atualizações funcionam com alguns produtos de mensagens, portanto, pode haver um público para eles no Twitter.