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Quase metade da geração Z está usando o TikTok e o Instagram para pesquisa em vez do Google

De acordo com dados do próprio Google.

O vice-presidente sênior Prabhakar Raghavan, que administra a organização Knowledge & Information do Google, participou de uma conversa na conferência Brainstorm Tech da Fortune, na metade de julho, sobre o futuro dos produtos do Google e seu uso de IA.

Numa discussão sobre a evolução da pesquisa, ele comentou que a empresa observa que os usuários mais jovens agora estão recorrendo a aplicativos como Instagram e TikTok em vez da Pesquisa do Google ou do Maps para fins de descoberta: “Em nossos estudos, algo como quase 40% dos jovens, quando procuram um lugar para almoçar, não vão ao Google Maps ou à Pesquisa, eles vão para o TikTok ou Instagram”.

Raghavan ainda acrescentou que as perguntas que essa geração faz são completamente diferentes, já que, por exemplo, esses usuários tendem a nem pesquisar por palavras-chave, e sim descobrir conteúdo de maneiras novas e mais imersivas: “Continuamos aprendendo, repetidamente, que os novos usuários da Internet não têm as expectativas e a mentalidade com a qual nos acostumamos”.

O Google confirmou que esses comentários foram baseados em pesquisas internas, que envolveram usuários dos EUA entre 18 e 24 anos. Os dados dessa pesquisa ainda não foram divulgados, mas podem logo estarem disponíveis junto com as outras estatísticas, como a que percebeu que 55% das pesquisas de produtos agora começam na Amazon, por exemplo.

Sarah Perez, para o TechCrunch, analisa que, embora os usuários mais jovens possam eventualmente lançar algum tipo de aplicativo de mapas para fins de navegação, esses dados indicam que eles não necessariamente iniciam mais sua jornada no Google. “Isso significa que todo o trabalho que o Google fez ao longo dos anos para organizar, selecionar e recomendar vários negócios – como restaurantes locais – ou sua criação de ferramentas de descoberta dentro do Google Maps – pode ser perdido para esses usuários mais jovens da Internet”.

O vice-presidente sênior também refletiu sobre como a experiência do Maps, por exemplo, não conecta com os jovens, já que produtos de mapas online foram projetados para parecer um mapa de papel no telefone, e muitos desses jovens nunca usaram um mapa de papel – então essa é a experiência errada a se oferecer a eles. “Temos que evocar expectativas completamente novas e isso requer bases tecnológicas totalmente novas”.

Raghavan também explicou que as pessoas mais jovens são muito mais interessadas em “formas visualmente ricas” de busca e descoberta, e essa demanda por conteúdo visual mudará a Pesquisa do Google – mas que ele acredita que isso faz parte da avaliação contínua da Pesquisa. Inclusive porque já acompanhamos a evolução da Pesquisa e dos mecanismos da Google ao longo dos anos.

Numa reflexão sobre essa evolução o executivo observou que, inicialmente, as pessoas digitavam algumas palavras-chave básicas em um mecanismo de busca na internet para obter uma lista de links azuis em troca. Aos poucos os mecanismos de pesquisa tornaram-se capazes de entender a linguagem natural e então foram adicionados recursos para consultas de voz. Agora, em alguns países, a voz gera 30% de todas as consultas, já que os novos usuários da Internet nem se incomodam em digitar. Além disso, o Google já procura combinar imagens e texto, pois imagina um futuro em que os usuários poderão segurar seus celulares para iniciar uma pesquisa com base no que estão vendo (ou talvez usar óculos de realidade aumentada).

Enquanto isso, porém, a empresa precisa lidar com o fato de não ser mais o ponto de partida de vários usuários quando eles querem descobrir novos lugares ou informações.

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