O Twitter começou a solicitar licenças regulatórias nos Estados Unidos e a trabalhar no software necessários para eventualmente introduzir pagamentos em sua plataforma.
Esses movimentos iniciais são parte fundamental do plano do CEO para abrir novos fluxos de receita. Musk disse que quer que o Twitter ofereça serviços fintech, como contas poupança, cartões de débito e transações peer-to-peer – parte de seu projeto de lançar um “aplicativo de tudo”, que incorpore mensagens, pagamentos e comércio.
Pessoas familiarizadas com os planos da empresa informaram que uma pequena equipe já começou a mapear a arquitetura necessária para facilitar os pagamentos na plataforma, e que essa equipe já está avançando, com a criação de um cofre para armazenar e proteger os dados do usuário que seriam coletados pelo sistema, por exemplo.
Avanços também estão acontecendo com as verificações regulatórias necessárias. Em novembro, o Twitter se registrou no Tesouro dos EUA como processador de pagamentos e agora também começou a solicitar algumas das licenças estaduais necessárias para o lançamento, disseram as mesmas pessoas. A expectativa é que o licenciamento nos EUA seja concluído em um ano. Em seguida, a empresa procuraria expandir para obter aprovações regulatórias internacionalmente.
Mas concretizar a visão de Musk exigirá enfrentar novos desafios tecnológicos, encargos significativos de conformidade e conquistar a confiança do consumidor. E também é provável que seja caro. No final do ano passado, Musk abordou os investidores do Twitter em uma tentativa de levantar mais capital, indicando que parte do dinheiro seria usado para financiar uma “onda de contratações” de programadores para construir um “superaplicativo” que poderia processar pagamentos.
Especialistas em pagamentos questionam se o Twitter poderá alcançar uma escala competitiva, especialmente nos Estados Unidos, onde há forte concorrência de grupos já consolidados. Além disso, eles apontam que a plataforma também enfrentará altos níveis de escrutínio regulatório. Empresas envolvidas em transferências de dinheiro, câmbio ou cheques são obrigadas a alertar as autoridades sobre atividades incomuns; como parte do monitoramento de fraudes e transações suspeitas, as contas de usuário devem estar diretamente vinculadas à identidade do usuário, e, no fim, esses regulamentos fazem com que muitas empresas de tecnologia desistam do ramo.
Fonte: Financial Times
Comments