Na metade deste ano o Facebook anunciou o lançamento de uma nova criptomoeda chamada “Libra”, proprietária da rede. A moeda tem como lastro várias moedas tradicionais e uma funcionalidade simples: Será possível enviar e receber dinheiro através do Whatsapp, Instagram e Facebook Messenger.
O projeto está sendo desenvolvido em conjunto com a Libra Association, uma organização sem fins lucrativos que é responsável pela moeda virtual. A Libra Association é uma espécie de consórcio que conta com a participação de algumas gigantes como Visa, Uber, PayPal, Ebay, Spotify e MercadoLivre, que investiram cerca de 10 milhões de dólares cada para fazer parte do grupo.
A ideia de Mark Zuckerberg é dar o primeiro passo para uma adoção massificada das criptomoedas.
No entanto, parece que nem todo mundo está feliz com os planos do Facebook. A professora Anne Connelly da Singularity University – que estuda e defende o uso de criptomoedas há anos – criticou a característica centralizadora da Libra.
O problema é que, como resultado da libra, as pessoas estarão vulneráveis a muitas das táticas que o Facebook costuma usar. Na história da empresa, há casos como o da Cambridge Analytica, de venda de dados de usuários e de uso da rede para manipulação em eleições nos Estados Unidos e em outros países africanos. Essa definitivamente não é uma companhia ética. Quando você pensa no aumento do poder do Facebook, que passará a ter acesso a dados financeiros, a situação pode ficar bem distópica. É assustador que um homem rico de um país ocidental rico tenha controle sobre o sistema financeiro mundial. Há alternativas no setor de criptomoedas para isso, como o bitcoin e outras moedas estáveis [lastreadas em moedas tradicionais]. Portanto, não acho que devamos ver a Libra como uma boa opção. Isso poderia ser desastroso para a sociedade como conhecemos hoje.
O Facebook se defende falando que não misturará os “dados sociais e financeiros”. Para isso, a empresa criará uma agência independente chamada Calibra. Esta nova companhia lançará sua própria carteira, que será usada para armazenas a Libra e fazer pagamentos e transferências.
Embora ainda não hajam mais detalhas, a previsão é de que a libra esteja disponível para negociação a partir do primeiro semestre de 2020.
Fonte: Época Negócios