Esta semana acontece a Creator Week do Instagram, e várias novidades estão sendo divulgadas. Como parte desse evento, ontem a plataforma ofereceu insights sobre seus processos internos e como seus algoritmos determinam o alcance do conteúdo.
Bom, existe um “mito” de que o Instagram tem um grande algoritmo que manda e supervisiona tudo e todos, mas a verdade é que são usados vários algoritmos, classificadores e processos diferentes, para funcionalidades diferentes. O próprio chefe do Instagram assina esse post, que explica como cada parte do aplicativo usa seu próprio algoritmo e classifica as prioridades de maneira diferente, com base em como as pessoas as usam:
Como classificamos Feed e Stories
No Feed e nos Stories são consideradas mais relevantes as postagens recentes das pessoas que você segue (e claro, alguns anúncios). A classificação desse conteúdo é feita considerando o que o Instagram chama de “sinais”, que “incluem tudo, desde a hora em que uma postagem foi compartilhada, se você está usando um telefone ou a web, até com quê frequência você curte vídeos”. A ordem de importância dos principais sinais é a seguinte:
Informações sobre a postagem: considera quão popular uma postagem é e algumas informações sobre o conteúdo em si (como quando foi postado, qual local foi atribuído à postagem, se for um vídeo, quanto tempo dura)
Informações sobre a pessoa que postou: ajuda a entender o quão interessante a pessoa é para você, através de sinais como quantas vezes as pessoas interagiram nas últimas semanas
Sua atividade: ajuda a entender quais seus interesses, considerando sinais como quantas postagens você curtiu
Seu histórico de interação com alguém: dá uma ideia de como você pode estar interessado em ver postagens de uma pessoa específica, usando informações como se vocês comentam ou não as postagens um do outro
A partir disso acontecem as “previsões”, com base na probabilidade do usuário interagir com uma postagem. “No Feed, as cinco interações que examinamos mais de perto são a probabilidade de você passar alguns segundos em uma postagem, comentar, curtir, salvá-la e tocar na foto do perfil. Quanto maior a probabilidade de você realizar uma ação, e quanto mais pesamos essa ação, mais alto você verá a postagem”.
Claro, além dessas “regras” existem alguns pontos de consideração – que podem ser simples, como evitar mostrar muitos posts seguidos de uma mesma pessoa, ou mais complexos, como casos que vão contra as Diretrizes da Comunidade ou que são classificados como desinformação.
Como classificamos o Explorar
O algoritmo dessa aba é diferente, pois é focado em mostrar ao usuário coisas que ele não viu, mas poderia gostar, com base no seu histórico de engajamento.
“Para encontrar fotos e vídeos de seu interesse, analisamos os sinais de quais postagens você gostou, salvou e comentou no passado”. Funciona mais ou menos assim: você curtiu recentemente fotos de um perfil. O Instagram vai olhar para quem mais gostou dessas mesmas fotos e em que outras contas ou coisas essas pessoas estão interessadas – e pode te sugerir essas mesmas coisas na próxima vez que você abrir o Explorar, sem que necessariamente o algoritmo entenda do que se trata cada postagem.
“Depois de encontrar um grupo de fotos e vídeos em que você possa estar interessado, nós os classificamos de acordo com o quanto achamos que você está interessado em cada um, da mesma forma que classificamos o feed e os stories. A melhor maneira de adivinhar o quanto você está interessado em algo é prever sua probabilidade de fazer algo com a postagem. As ações mais importantes que prevemos em Explorar incluem curtir, salvar e compartilhar”.
Como colocado acima, os sinais observados são os mesmos do feed e stories, com uma mudança na ordem de importância e relevância de algumas informações. Destaque para a popularidade da postagem, que é muito mais importante para o Explorar, e também para o fato de que seus sinais base de engajamento são mais amplos.
Sobre conteúdo que não é recomendado no Explorar: “além de nossas Diretrizes da comunidade, temos regras para o que recomendamos em lugares como Explorar. Chamamos isso de nossas Diretrizes de Recomendações. Isso inclui coisas como evitar postagens potencialmente perturbadoras ou delicadas, por exemplo, buscamos não mostrar conteúdo que promova o uso de tabaco ou vaping no Explorar”.
Como classificamos os Reels
Reels são voltados ao entretenimento, e são classificados, basicamente, de acordo com o que a plataforma acha que mais vai entreter o usuário. Assim como Explorar, a maior parte do que o Instagram sugere para assistir é de contas que o usuário não segue.
“As previsões mais importantes que fazemos são a probabilidade de você assistir a um reel até o fim, curtir ele, dizer que foi divertido ou engraçado, e ir para a página de áudio (um indicador de se você pode ou não ser inspirado a fazer seu próprio reel)”. Os principais sinais do Reels, em ordem de importância, são:
Sua atividade: considera fatores como os reels que você curtiu, comentou e interagiu recentemente, para entender qual conteúdo é relevante para você
Seu histórico de interação com a pessoa que postou: é provável que o reel tenha sido postado (feito) por alguém que você nunca ouviu falar, mas ao interagir, mostra ao Instagram que você pode estar interessado em mais conteúdos que essa pessoa compartilha
Informações sobre o reel: são sinais sobre o conteúdo do reel (como trilha de áudio, pixels e enquadramentos, bem como popularidade)
Informações sobre a pessoa que postou: a popularidade do reel ajuda o Instagram a encontrar conteúdo que atrai uma ampla gama de pessoas, e ajuda os criadores a encontrar seu público
As diretrizes de recomendação do Explorar também se aplicam no Reels, mas aqui somam-se algumas outras coisas, como vídeos em baixa resolução, com marca d’água, ou reels que se concentram em questões políticas ou são feitos por figuras políticas.
Como você pode influenciar o que você vê
Por fim, a empresa lembra que a forma como o usuário usa o Instagram influencia o que você vê ou deixa de ver, e que ao interagir com os perfis e postagens que gosta, você mesmo ajuda a melhorar sua experiência. Mas eles ainda dão algumas dicas práticas que também podem ajudar:
Escolha seus amigos mais próximos: Você pode selecionar seus amigos próximos para histórias. Isso foi projetado como uma forma de permitir que você compartilhe apenas com as pessoas mais próximas a você, mas também priorizaremos esses amigos no Feed e nas Histórias.
Ignore pessoas nas quais você não está interessado: Você pode ignorar uma conta se quiser parar de ver o que elas compartilham, mas hesita em deixar de segui-las totalmente. Dessa forma, as pessoas não saberão que você as desativou.
Marque as postagens recomendadas como “Não tenho interesse”: Sempre que vir uma recomendação, seja em Explorar ou no Feed, você pode indicar que “não está interessado” naquela postagem. Faremos o nosso melhor para não mostrar recomendações semelhantes no futuro.
Vários insights, várias informações que podem ser novas e até interessantes aos usuários em geral, mas que acabam também reforçando que, do ponto de vista do criador de conteúdo, a chave continua sendo gerar engajamento.
E vale aqui um lembrete da própria empresa: sinais e previsões são adicionados e removidos com o passar do tempo, conforme a empresa vai entendendo o que contribui mais ou menos para a experiência do usuário.
O post completo pode ser acessado aqui: Shedding More Light on How Instagram Works, e além de conter algumas especificações a mais, também comenta um pouco sobre o “Shadowbanning” (acusações de que o Instagram esconde ou silencia algumas contas e postagens sem motivo aparente).
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