Num movimento para restringir atos violentos, a empresa derrubou ontem centenas de grupos, anúncios e páginas vinculadas ao QAnon, grupo de teoria da conspiração de extrema direita. Os números compartilhados pelo Facebook são os seguintes:
Mais de 790 grupos foram encerrados
100 páginas foram banidas
1.500 anúncios vinculados ao QAnon foram bloqueados
300 hashtags relacionadas no Facebook e Instagram também foram bloqueadas
Mais de 1.950 grupos e 440 páginas no Facebook foram restritos, assim como mais de 10.000 contas relacionadas do Instagram
O Facebook explica que a ação faz parte de uma medida política mais ampla, para restringir/remover o conteúdo que leva à violência no mundo real, e que também terá impacto sobre grupos de milícias e organizações de protesto político, como o Antifa: “Embora permitamos que as pessoas postem conteúdo que apoie esses movimentos e grupos, desde que não violem nossas políticas de conteúdo, restringiremos sua capacidade de se organizar em nossa plataforma”.
Conforme observado pela NBC News, “o Facebook foi fundamental para o crescimento da QAnon, em grande parte devido ao recurso Grupos da plataforma, que também teve um aumento significativo no uso desde que a rede social começou a enfatizá-lo em 2017“.
O grupo ganhou seguidores por supostamente compartilhar insights secretos sobre como a administração Trump está travando uma batalha para erradicar a pedofilia e o satanismo em Washington D.C., ligados ao “estado profundo”, uma coleção de empresários de elite e celebridades que, segundo o grupo, controlam secretamente o mundo. O QAnon se tornou mais problemático nos últimos tempos devido a ligações com vários incidentes violentos e ameaças, que levaram o FBI a designá-lo como uma potencial ameaça terrorista doméstica, em agosto do ano passado. Recentemente, os teóricos da conspiração se agarraram à crise de saúde pública do COVID-19, chamando-a de “arma biológica”.
O Facebook diz que o conteúdo do QAnon será limitado para não aparecer na sua guia de recomendações, que reduzirá seu conteúdo nos resultados de pesquisa e proibirá contas e grupos relacionados de monetizar conteúdo, vender mercadorias, arrecadar fundos e comprar publicidade no Facebook e Instagram. A empresa planeja continuar a investigar como a QAnon opera em sua plataforma, observando “terminologia e simbolismo específicos usados por apoiadores para identificar a linguagem usada por esses grupos e movimentos que indicam violência e agir de acordo”.
No início do mês, o Facebook derrubou um grupo da QAnon com mais de 200.000 membros, mas a decisão de ontem é, possivelmente, a mais significativa do gigante da mídia social até então. Nos últimos meses, outras plataformas sociais, como Twitter e TikTok, baniram e desabilitaram hashtags populares e contas do grupo, por comportamento coordenado e inautêntico e por espalhar desinformação.
Anúncio do Facebook: An Update to How We Address Movements and Organizations Tied to Violence
Fontes: Digital Trends e Social Media Today