Ontem postamos aqui sobre a decisão da empresa em banir posts que negam ou distorcem o Holocausto – hoje continuamos na mesma temática, uma vez que parece que estamos numa semana de reconsideração do Facebook (já que Zuckerberg já falou, em diferentes situações, sobre sua postura de manter conteúdos pela liberdade de expressão e/ou para que os próprios leitores façam suas ponderações).
Ontem a plataforma anunciou uma nova política, que proibirá anúncios que desencorajam as pessoas a tomar vacinas: “Já não permitimos anúncios com boatos de vacinas que tenham sido identificados publicamente pelas principais organizações de saúde globais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Agora, se um anúncio explicitamente desencoraja alguém a tomar uma vacina, vamos rejeitá-la“.
O Facebook já havia dado seus primeiro passos contra o conteúdo antivacina em março de 2019, reduzindo, por exemplo, o alcance de grupos e páginas que compartilhavam informações falsas sobre vacinas. Agora, com a nova medida, estará diminuindo ainda mais o conteúdo, ao não aceitar promoções pagas.
O problema é que o Facebook ainda permite que esse tipo de assunto circule tranquilamente em postagens orgânicas. E toda essa questão tem levantado um alerta nos órgãos de saúde, uma vez que vários relatórios também identificaram, especificamente, o Facebook como um facilitador chave na disseminação de desinformação sobre saúde, incluindo teorias de conspiração COVID-19.
De acordo com um relatório publicado no início deste ano pelo grupo de direitos humanos Avaaz: “Estudos têm mostrado que as comunidades antivacinação prosperam no Facebook, que a plataforma de mídia social atua como um ‘vetor’ para crenças conspiratórias que estão impedindo as pessoas de se protegerem durante o surto de COVID-19“.
Diante da necessidade iminente de uma vacina contra o corona vírus, parece que o Facebook avaliou suas políticas de conteúdo antivax e entendeu que precisa fazer algo para resolver a questão – antes que se torne um problema maior, quando a vacina contra COVID-19 for disponibilizada.
Além disso, a plataforma também está adicionando novos avisos para aumentar a conscientização sobre a vacina contra a gripe por meio de sua ferramenta de Saúde Preventiva (por enquanto disponível apenas nos EUA), ao mesmo tempo em que trabalha com a OMS e o UNICEF em uma nova campanha de mensagens de saúde pública com o objetivo de aumentar as taxas de imunização.
Claro que as novas medidas não resolvem a situação, que muita coisa poderia ter sido evitada antes, e que ainda há muito a ser feito, mas cada passo para mais perto da solução deve ser visto como positivo – e, principalmente se tratando de saúde pública, esperamos que esforços de conscientização para o bem comum sejam amplamente adotados.