Nesse fim de semana o dono do Twitter, Elon Musk, restabeleceu na plataforma a conta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apesar de dizer, há três semanas, que nenhuma decisão sobre o restabelecimento da conta aconteceria até que fosse formado um “conselho de moderação de conteúdo” para decidir sobre essas ações (o que levaria/deve levar meses).
Isso era importante pois vários anunciantes estavam – e ainda estão – cortando gastos com anúncios por receio da possível abordagem radical de Musk quanto a liberdade de expressão (ou o que vai passar a ser permitido na plataforma). Além de que tiraria de Musk o peso da contribuição direta em tais decisões – ele poderia manter sua postura de defesa total da liberdade de expressão, mantendo sua posição com seus apoiadores, enquanto o novo Conselho toma decisões reais, que estão mais de acordo com as expectativas dos parceiros de publicidade.
Porém, sexta-feira, Elon twitou que era “sexta-feira da liberdade”, restabeleceu contas anteriormente banidas de The Babylon Bee, Kathy Griffin, Jordan Peterson e Kanye West e então lançou uma enquete no Twitter perguntando aos usuários se eles achavam que a conta do ex-presidente Trump deveria ser restabelecida:
Reinstate former President Trump — Elon Musk (@elonmusk) November 19, 2022
A votação obteve mais de 15 milhões de votos e o SIM superou o NÃO. Assim, ele restabeleceu a conta de Trump, com o seguinte comentário: “O povo falou. Trump será reintegrado. Vox Populi, Vox Dei”. O ex-presidente estado unidense agora pode voltar a twittar em seu perfil @realDonaldTrump.
Acontece que Trump ainda não twitou e disse que não o fará. O Trump Media & Technology Group investiu mais de US$ 1 bilhão no próprio aplicativo de mídia social, o Truth Social, com financiamento de vários dos principais apoiadores e defensores do ex-presidente. Uma condição importante nesse plano é que Trump se comprometeu a postar exclusivamente no Truth Social, mesmo que sua conta no Twitter voltasse.
De qualquer forma, isso claramente ajudou o Twitter a ganhar mais interesse e Musk continua dizendo que o uso da plataforma está atingindo níveis máximos históricos.
Aqui ainda cabe uma observação interessante do Social Media Today: o número de funcionários do Twitter foi reduzido em cerca de 88% desde que Musk assumiu e, embora tenha havido relatos de interrupções e outros problemas no aplicativo, ele ainda está funcionando – o que, pelo menos no sentido público, adiciona algum peso à abordagem de Musk de reduzir a equipe ao mínimo. Com o grande teste que será a Copa do Mundo, se a plataforma aguentar com impactos mínimos no desempenho, pode-se esperar que outros aplicativos sociais reavaliarão a abordagem de pessoal de Musk e considerarão se precisam de tantas pessoas para manter as coisas funcionando.