Reconhecida como a verdadeira alma do negócio, a propaganda é, de fato, um dos mais eficientes – e influentes – mecanismos capazes de transformar, por exemplo, um despretensioso usuário de redes sociais, que rola o feed sem qualquer finalidade de adquirir determinado produto ou serviço, em um potencial cliente.
A principal metodologia envolvida nesse processo compreende a atração à marca ou empresa por meio da criatividade, uma vez que, se tratando de técnicas publicitárias, as campanhas inovadoras e imaginativas apresentam papel fundamental na primeira e crucial etapa desse sistema: prender a atenção do público.
A princípio, a lógica descrita pode parecer óbvia, e não deixa de realmente ser. Entretanto, sua apresentação se faz indispensável, uma vez que, contrariando a concepção de que propagandas são desenvolvidas apenas para grupos específicos, o bom comercial é, certamente, capaz de atrair o denominado “público-alvo”, mas também é perspicaz em cativar novos olhares.
Seja valendo-se das emoções ou explorando as figuras de linguagem, todas as estratégias de criação devem visar o objetivo único de transmitir uma ideia (com fins monetários ou não) e se destacar diante da concorrência. O mercado digital, apesar de propiciar um amplo espaço para a competitividade e apresentar constante bombardeamento de informações, direciona o usuário, utilizando a visualização espontânea, para o comercial, oferecendo ainda diversos meios de viralizar um conteúdo, ocasionando um maior alcance da publicação.
Um exemplo estatístico desenvolvido em 2018 pela gigante londrina Kantar Millward Brown, responsável por administrar a divisão de Pesquisa de Mercado, Insights e Consultoria da WPP, elucida perfeitamente o conceito descrito acima: os fatores criatividade, originalidade e propaganda são responsáveis por aumentar cerca de 265% o valor de uma marca. Sem dúvidas, um coeficiente que jamais pode ser ignorado.
Neste artigo, iremos explicar cada conceito e etapa pertencentes ao processo criativo, demonstrando como aplicá-los de maneira eficiente na sua rotina de desenvolvedor de conteúdos focado em mídias sociais. Confira!
Da criação ao viral
Moldando desejos e necessidades há mais de quatro séculos, a propaganda, em abrangente definição, é considerada uma das mais notáveis estratégias de persuasão pessoal e coletiva, geralmente direcionada para a valorização de uma ideia, causa, produto ou prática.
Esse convencimento vincula-se diretamente às técnicas gráficas e às mídias trabalhadas, variando alguns aspectos de acordo com o ambiente digital utilizado. Atualmente, devido ao desenvolvimento de programas de edição, o emprego de materiais audiovisuais ultrapassa a simples concepção de bordão e slogan, focando na elaboração de animações, vídeos, fotomontagens, podcasts etc.
Suprimida as diretrizes políticas e religiosas, a aplicação publicitária passou, nas últimas décadas, a conduzir um mecanismo capaz de conectar pessoas, que apresentam ou não um desejo de consumo prévio, com serviços e produtos gerais.
Concebe-se, então, por intermédio da publicidade, um canal subjetivo (em razão das particularidades artísticas) de comunicação entre a empresa e seus potenciais consumidores – quando bem aplicada, a propaganda torna-se peça hábil para a fidelização de clientes.
Basta analisar comerciais que marcaram época, memoráveis por gerações, para compreender o real impacto de uma campanha bem realizada sobre determinada marca. Atualmente, a era da internet valoriza ainda mais a boa apresentação, tendo em vista que o conteúdo, disseminado nas redes, pode rapidamente se tornar um trending topic.
Como desenvolver um processo criativo
Primeiramente, é preciso esclarecer que não há um modelo que garante o sucesso de uma publicação. Contudo, tendo em mente que a criatividade trabalhada em conjunto com uma série de fatores resulta em conclusões mais satisfatórias, pode-se afirmar que a propaganda, quando bem planejada e diligenciada, certamente influenciará de maneira positiva para o negócio em questão.
Mas afinal, como é possível desenvolver uma campanha de sucesso que seja capaz de atingir a principal finalidade de cativar o público, atraindo-o para a finalidade desejada? A resposta, que abrange estratégias, técnicas e sensibilidades, é delineada pelo denominado “processo criativo”.
Abaixo estão categorizados os principais passos que compõem esse procedimento, concebidos como etapas necessárias para o desenvolvimento imaginativo publicitário.
Conhecendo o público
Antes de iniciar, de fato, a produção, é preciso ter noções completas acerca de quem receberá o conteúdo, entendendo bem com quem se pretende falar.
Esse detalhamento é obtido através de estudos, tendo como personagem principal do trabalho o cliente identificado como potencial. A pesquisa de público deve especificar a faixa etária, gênero, escolaridade, geografia e até mesmo aspectos de personalidade. Acompanhando essa métrica, além de mapear o público-alvo, é possível adquirir um perfil ideal de consumidor, baseado na definição de personas.
Já nessa primeira etapa, servindo-se das descrições, se estabelece os hábitos de consumo que devem ser levados em consideração, bem como a linguagem, os elementos e o posicionamento que devem ser adotados.
Assim sendo, o reconhecimento do público, e de todos os elementos considerados como criativos por ele, é percebido como o primeiro movimento voltado para o processo de elaboração.
O olho que tudo vê
Traçado o perfil geral dos indivíduos que irão consumir seu conteúdo e compreendido a maneira como o fator criatividade impacta sobre seus comportamentos, a etapa seguinte é inteiramente pautada sobre o mercado, avaliando as tendências o constituem.
É nesse momento que vale a pena conferir tudo aquilo que a concorrência vem produzindo e publicando nos últimos tempos. Certamente, contrário a qualquer reprodução de ideias, a prática visual, adjunta do reconhecimento de erros e acertos, é notoriamente uma estratégia que estimula a criatividade e, consequentemente, a originalidade – boas referências são sempre excelentes fontes de inspirações.
Seja por intermédio de campanhas famosas, grandes empresas, livros, filmes ou até mesmo de quadros e esculturas, expandir os horizontes culturais e de interpretação fazem um enorme diferencial para sua composição, já que influenciam sobre a construção de valores e públicos.
Essa visão mais abrangente sobre a esfera sociocultural é extraordinariamente essencial quando se trata de reconhecer as temáticas que estão tanto em alta quanto em baixa, revelando-se, portanto, um verdadeiro termômetro de relevâncias.
Aproximação com o público e a criação de uma identidade
Uma publicação de caráter comercial cativante vale-se da significância de cada palavra, imagem e gesto, sendo preciso, dentro dessa perspectiva, ir além de simplesmente descrever, de maneira modesta e técnica, aquilo que está sendo oferecido ao seu consumidor de conteúdo.
Lembre-se de que a comunicação é fator essencial ao comportamento humano, implicando, desse modo, em certa dependência emotiva – a expressão de sentimentos, sensações e comoções deve ser estudada detalhadamente, sendo inserida em contexto oportunos, que levam em consideração a sensibilidade de determinadas causas, populações e cenários (como conjunturas políticas, por exemplo).
Por isso, é possível afirmar, de maneira geral, que sentimentos positivos e mensagens compreensivas são incríveis meios que ocasionam a identificação do usuário com a empresa, condição que pode levar possíveis aproximações (novos seguidores) e futuras conversões (acrescidas de compartilhamentos e divulgações independentes).
Originalidade memorável
Acertada a comunicação afetiva, o viral, além de todas as vantagens já mencionadas anteriormente, pode vir a ser um fenômeno publicitário ainda mais significativo, sendo lembrado e reproduzido por muitos anos. O reconhecimento estende-se por gerações, perpetuando a consolidação não só da marca ou empresa representada, mas sobretudo da criatividade – do processo criativo em si – desenvolvida.
Seja felicidade, conforto, surpresa ou nostalgia, a emoção que dialoga diretamente com o público é responsável por fixar o produto ou serviço ofertado no imaginário popular. A intensidade dessa associação é ainda maior pelo considerado público-alvo. Um logo, slogan ou referência transformam-se, assim, em objetos de recordações imediatas.
O ciclo criativo e seus processos técnicos
O ciclo criativo compreende seis etapas críticas, que podem – e devem – ser desenvolvidas a cada dia. Iniciando pelo aprendizado, com casos de sucesso, obras literárias, pesquisas de mercado etc., toda informação coletada necessita de estudos analíticos para que os dados obtidos, por mais ínfimos que possam parecer, sejam implementados de maneira pontual na campanha. Essa análise inclui-se também no segundo passo, que visa o amadurecimento e aprimoramento de pensamentos resultados das pesquisas; consequentemente, dessa reflexão sairá novas ideias, sendo uma a ilustre escolhida (concluindo a terceira parte do ciclo).
As três últimas concentram-se nos meios de produção, implantação e, por fim, validação. É preciso pontuar que não há fórmulas prontas para o sucesso, tendo em vista que a produção é um processo estritamente subjetivo, uma vez que, assim como na composição de peças artísticas, o autor emprega técnicas e metodologias pessoais, que o deixam confortável para criar. Já a implantação envolve um processo semelhante e até mesmo decorrente das pesquisas de mercado, pois elas apontarão quando e onde o conteúdo deve ser publicado. A validação encerra o curso, apresentando os resultados concretos do empenho aplicado sobre a produção.