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Foto do escritorVinicius Gambeta

Como redes sociais estão respondendo à crise na Ucrânia

A questão do conflito entre superpotências militares tem também trazido atenção ao papel que as mídias sociais desempenham na disseminação de informações e suas responsabilidades na mitigação de potenciais usos indevidos. Afinal, como coloca Andrew Hutchinson, “essa batalha está acontecendo na era das mídias sociais, com memes, campanhas de desinformação e golpes, todos aumentando o crescente turbilhão de informações, que podem confundir, distorcer e obscurecer o que realmente está acontecendo no Leste Europeu”.

Para você ter uma ideia de como algumas plataformas estão respondendo ao conflito, o Social Media Today está fazendo uma lista do que foi anunciado pelos principais aplicativos sociais, que vai sendo atualizada conforme novas informações são divulgadas – nós vamos compartilhar aqui o que eles listaram até agora:

Meta

O Facebook é um dos principais fluxos de informações de mídia social dentro da zona de conflito, com cerca de 70 milhões de usuários na Rússia e 24 milhões na Ucrânia, aproximadamente metade da população total de cada nação.

Primeiro, o governo russo anunciou que restringiria o acesso ao Facebook devido à recusa da Meta em remover rótulos de aviso de desinformação em postagens de mídia afiliada ao estado. Porém, a Meta acabou proibindo também anúncios da mídia estatal russa e desmonetizando essas contas.

A empresa ainda restringiu o acesso a muitas contas na Ucrânia, incluindo aquelas pertencentes a organizações de mídia estatal russa; em 28/02 anunciou que restringiria o acesso ao conteúdo dos meios de comunicação estatais russos RT e Sputnik em resposta a solicitações de funcionários da UE, e em 01/03 que começou a rebaixar o conteúdo de páginas do Facebook e contas do Instagram que representam meios de comunicação controlados pelo estado russo.

Alguns rótulos estão sendo adicionados, que aparecerão quando os usuários tocarem em links para os meios de comunicação do estado russo e em imagens relacionadas à guerra que seus sistemas detectam como tendo mais de um ano.

Um centro de operações especiais foi montado, composto por falantes nativos de russo e ucraniano, para monitorar tendências de conteúdo nocivo, e uma série de recursos de segurança foram disponibilizados para usuários na Ucrânia, “incluindo a capacidade de as pessoas bloquearem seu perfil do Facebook, removendo a capacidade de visualizar e pesquisar listas de amigos e ferramentas adicionais no Messenger”.

A Meta também anunciou conversas criptografadas no Instagram para todos os adultos na Ucrânia e na Rússia (essa é a primeira vez que mensagens criptografadas no IG Direct são lançadas para os usuários).

YouTube

A pedido do governo ucraniano, o YouTube anunciou que está restringindo o acesso aos meios de comunicação estatais russos para usuários na Ucrânia. A plataforma também começou a suspender a monetização de vários canais russos, removendo-os das recomendações e limitando o alcance de seus uploads na plataforma.

A plataforma declarou: “Como sempre, nossas equipes continuam monitorando de perto os desenvolvimentos de notícias, incluindo a avaliação do que quaisquer novas sanções e controles de exportação podem significar para o YouTube”.

Em 01/03 a plataforma anunciou que está se movimentando para bloquear todos os canais conectados a meios de comunicação apoiados pelo Estado russo para todas as regiões europeias.

O regulador estatal de comunicações da Rússia exigiu que o acesso aos canais do YouTube da mídia russa seja restaurado em território ucraniano, numa situação similar a do Facebook, que pode eventualmente ocasionar no YouTube também enfrentando restrições na Rússia em resposta.

Twitter

O Twitter anunciou uma proibição temporária de todos os anúncios na Ucrânia e na Rússia “para garantir que as informações críticas de segurança pública sejam elevadas e os anúncios não as prejudiquem” (anúncios políticos, incluindo os de mídia afiliada ao estado já estavam proibidos desde 2019 na plataforma).

O Twitter também observa que está revisando proativamente os tweets para detectar a manipulação da plataforma e tomando medidas de fiscalização contra mídias sintéticas e manipuladas que apresentam uma representação falsa ou enganosa do que está acontecendo.

Além disso, a empresa decidiu adicionar rótulos a Tweets que compartilham links para sites de mídia afiliados ao estado russo, enquanto também reduz a circulação desse conteúdo removendo-o das recomendações, rebaixando-o em cronogramas definidos por algoritmos, dentre outros.

TikTok

A plataforma está passando por uma de suas primeiras grandes provas de moderação de conteúdo – há relatos de que grupos afiliados à Rússia estão usando o aplicativo para espalhar ‘desinformação orquestrada’, enquanto milhares de vídeos relacionados estão sendo enviados para a plataforma, muitos falsos, causando dores de cabeça significativas para as equipes de moderação do TikTok.

A introdução de incentivos de monetização para clipes populares também adicionou uma nova motivação para pessoas mal intencionadas criarem diversas transmissões ou repercutirem informações falsas no aplicativo, em uma tentativa de atrair espectadores. Por outro lado, os relatórios também sugeriram que os usuários ucranianos do TikTok estão usando o app para comunicar a localização das tropas russas aos combatentes ucranianos. Alguns estão rotulando isso de ‘Guerra do TikTok’, dada a maneira como a plataforma está sendo usada.

O TikTok também está numa posição complicada por ter sua sede na China, que, de certa forma, apoiou a ação da Rússia, portanto não pode assumir uma posição firme, oficialmente.

No dia 28/02 a plataforma bloqueou geograficamente o conteúdo de meios de comunicação afiliados ao estado russo para usuários na UE. Aqueles fora da UE ainda podem acessar esse conteúdo.

Reddit

O Reddit ‘colocou em quarentena’ o subreddit r/Russia devido a problemas contínuos com desinformação sendo compartilhada no grupo. Os subreddits em quarentena não aparecem em pesquisas ou recomendações, enquanto qualquer usuário que se deparar com uma comunidade em quarentena recebe um alerta de aviso.

Em 02/03 o Reddit ainda baniu todos os links para meios de comunicação estatais russos e suas afiliadas em língua estrangeira no aplicativo.

Snapchat

O Snapchat interrompeu todos os anúncios em execução na Rússia, Bielorrússia e Ucrânia para facilitar um melhor fluxo de informações na região afetada, pausou as vendas de anúncios para todas as entidades russas e bielorrussas, parou de aceitar anúncios de entidades estatais russas e não exibe mídia afiliada ao estado em seu aplicativo.

A plataforma declarou: “Somos solidários com os membros da nossa equipe ucraniana e o povo da Ucrânia que está lutando por suas vidas e por sua liberdade. A guerra é um flagelo em nossa humanidade coletiva e, neste caso, é uma ameaça direta a muitos membros de nossa equipe e suas famílias. Estamos orando por sua segurança e pela paz”.

Na Ucrânia fica a sede da Looksery, que a Snap adquiriu em 2015 como a plataforma fundamental para suas lentes AR – a empresa está trabalhando para ajudar a tirar sua equipe da área afetada. Além disso, o Snapchat também prometeu mais de US$ 15 milhões em ajuda humanitária para apoiar organizações na região.

Lembrando: essa compilação foi feita pelo Social Media Today e nós reproduzimos aqui as informações que se tinha até hoje, 04/03 – eles devem manter a lista atualizada conforme novas medidas são tomadas. Se você tem interesse, confira o link.

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