A sua produção de conteúdo segue práticas de acessibilidade digital? Confira as nossas dicas de como aplicar esse conceito super importante!
Quando falamos em produção de conteúdo, todo mundo quer atingir o maior número possível de pessoas. Mas será que você promove a acessibilidade digital necessária para que isso aconteça?
Já se foi o tempo em que as pessoas com deficiência, a comunidade PCD, permaneciam invisíveis aos olhos da sociedade. Hoje em dia, elas estão aí para reivindicar seus direitos e a sua inclusão.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, só no Brasil, essa comunidade é formada por 46 milhões de pessoas, o que representa 24% da população do país.
Para quem produz conteúdos e outras ações de marketing digital, esse é um público que não pode passar despercebido.
Afinal, além de pregar valores como a inclusão e a diversidade, é preciso colocá-los em prática diariamente.
Pensando nisso, a gente preparou esse conteúdo cheio de informações sobre o que é a acessibilidade digital, quais aspectos devem ser considerados e como torná-la realidade nos conteúdos da sua agência. Vem ver!
Entenda a importância da acessibilidade digital em diferentes aspectos
Em primeiro lugar, é preciso entender, de verdade, qual a importância de trazer a acessibilidade digital para as suas ações de marketing.
Apesar de tantos avanços tecnológicos que ajudam a cumprir essa tarefa, a internet segue sendo um espaço pouco acessível para as pessoas com deficiência.
Uma pesquisa do BigData Corp apontou que, em 2022, apenas 0,46% dos sites foram considerados acessíveis, de acordo com as normas internacionais do World Wide Web Consortium (W3C), que buscam cobrir as necessidades de diferentes grupos.
Ou seja, mesmo que o assunto seja discutido e já tenhamos recursos para mudar essa realidade, ela só pode começar a ser transformada, de verdade, quando existir um compromisso com esse princípio.
A seguir, a gente mostra alguns dos aspectos que comprovam a importância de tornar suas ações de marketing acessíveis:
Inclusão e diversidade
A preocupação com causas sociais é cada vez mais presente em diversos espaços, seja na política, nas mídias tradicionais ou mesmo na internet.
No mundo empresarial, por exemplo, ao longo dos últimos anos, muito se tem falado sobre o tal do ESG, que prega uma atuação sobre os pilares da governança ambiental, social e corporativa.
Assim, não demorou para que princípios como a inclusão e a diversidade chegassem também ao marketing digital, trazendo consigo reflexões sobre a importância de construir um ambiente virtual aberto às diferenças.
Por outro lado, muita gente se limitou a medidas como trazer imagens de grupos minoritários para os conteúdos, usando uma pessoa negra para ilustrar um post, por exemplo.
Não há dúvida de que essa é uma ação importante e que gera mais representatividade para comunidades que, até então, vinham sendo ignoradas ou até mesmo vistas de forma negativa.
Contudo, já chegou a hora de dar um passo além e incorporar princípios como diversidade e inclusão nos processos, e não só nos produtos finais.
Assim, para que seus conteúdos e ações realmente transpareçam esses valores, é preciso desenvolver práticas que são guiadas por eles, como é o caso da produção de conteúdos acessíveis.
Responsabilidade social
Nesse cenário de grandes dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência, cada um de nós desempenha um papel importante, seja escutando o que esses grupos têm a dizer ou tomando atitudes que os levem em consideração.
Quando falamos da área de marketing digital, profissionais e agências precisam se posicionar em favor da acessibilidade e da construção de um ambiente mais aberto às diferenças que fazem parte do seu público.
Ou seja, essa é uma responsabilidade social compartilhada por todos, mas que precisa ser assumida, principalmente, por aqueles que representam esse ramo, já que ele tem deixado a desejar nesse quesito.
Além disso, essa é uma forma de se colocar ao lado desses grupos, desenvolvendo a empatia necessária para criar ações de marketing que realmente gerem um impacto positivo.
Visibilidade positiva da marca
Há alguns anos, o comportamento dos consumidores vem se transformando, acompanhando as transformações da nossa sociedade.
Assuntos como questões ambientais, desigualdade social, racismo, machismo e outros tipos de discriminação passaram a ganhar cada vez mais espaço.
Assim, não é de surpreender que um estudo realizado com milhares de pessoas tenha apontado que 56% dos brasileiros dizem consumir ou boicotar marcas de acordo com o posicionamento delas diante de questões sociais relevantes.
É fato que essa característica é predominante entre o público mais jovem, sendo relatada entre 60% dos participantes na faixa dos 23 aos 37 anos, mas se engana quem pensa que os mais velhos não se preocupam com esse fator.
De acordo com o estudo, essa preocupação também aparece entre faixas etárias mais avançadas, chegando a 37% das pessoas entre 52 e 71 anos.
Ou seja, além de toda a importância que uma política de acessibilidade digital tem para a comunidade de pessoas com deficiência, ela também pode trazer um retorno importante para as marcas que a aplicam.
Assim, essa é a cereja do bolo, que deixa ainda mais clara a necessidade de colocar esse princípio em prática na hora de elaborar estratégias de marketing para os seus clientes.
5 dicas para aplicar a acessibilidade digital nos seus conteúdos
Bom, agora você já sabe a importância que a acessibilidade digital desempenha nas suas estratégias de marketing, mas ainda falta entender como ela pode ser colocada em prática.
A verdade é que existem muitas maneiras de fazer isso, já que existem cada vez mais recursos tecnológicos e plataformas capazes de auxiliar na produção de um conteúdo que possa ser acessado por todas as pessoas.
Além disso, vários aspectos precisam ser considerados. O WC3, que mencionamos acima, traz algumas diretrizes e princípios importantes, como:
fornecer alternativas textuais para qualquer conteúdo não textual e vice-versa,
criar conteúdo que pode ser apresentado de diferentes maneiras sem perder informações relevantes,
facilitar a audição e a visualização aos usuários,
encontrar maneiras de ajudar os usuários a navegar, localizar conteúdos e determinar onde se encontram,
garantir tempo suficiente para leitura e visualização,
prezar pela legibilidade dos textos.
Para que você consiga atender a esses requisitos e criar um conteúdo verdadeiramente acessível, trouxemos algumas dicas práticas que devem fazer parte das suas estratégias. Confira:
Conheça e invista em tecnologias assistivas
As tecnologias assistivas desempenham um papel de grande relevância na rotina das pessoas com deficiência, principalmente em tempos tão marcados pelos conteúdos digitais.
Como o próprio nome indica, esse recurso serve para prestar algum tipo de assistência, a depender das necessidades do usuário, que variam de um cenário para outro.
Por exemplo, pessoas cegas costumam utilizar softwares que realizam a leitura do conteúdo de páginas da web, enquanto quem possui dificuldades em relação à coordenação motora pode precisar de um modo de navegação alternativo ao mouse, geralmente utilizando somente o teclado.
Entender o que são essas tecnologias e compreender o papel que desempenham é essencial para que cada etapa da elaboração da sua estratégia leve isso em consideração.
É justamente por conta dessas ferramentas, por exemplo, que se torna necessário fazer a descrição das imagens usadas no seu site, para que os usuários cegos possam compreender o que está sendo veiculado através do recurso visual.
Além disso, existem até mesmo alguns recursos nos quais você mesmo pode investir. Para melhorar a experiência de pessoas surdas nos ambientes virtuais, há ferramentas que realizam a tradução dos conteúdos escritos em português para a Língua Brasileira de Sinais, a Libras.
De qualquer forma, é interessante notar que, para desenvolver estratégias de marketing com foco na acessibilidade, o primeiro passo é buscar informações e conhecer as diferentes realidades, experiências e demandas das pessoas com deficiência.
Produza conteúdos em diferentes plataformas
Se você quer chegar a todas as pessoas, outro ponto importante é investir em diferentes tipos de produção de conteúdo.
Mesmo com o uso das tecnologias assistivas, para uma pessoa cega, por exemplo, ouvir um podcast pode ser muito mais produtivo e eficiente do que acessar um post em um blog ou fazer o download de um e-book.
Isso tem a ver com o que o próprio WC3 menciona quando reforça a importância de trabalhar com alternativas textuais e não textuais. A ideia principal é cobrir todos os terrenos possíveis, de forma que existam diferentes formas de acessar o seu conteúdo.
Além disso, vale lembrar que essa estratégia ajuda não só quem tem algum tipo de deficiência, mas também quem enfrenta outros tipos de desafios na rotina.
Uma pessoa que trabalha o dia todo pode não ter tempo de ler o seu e-book, mas quem sabe ela possa ouvir um episódio de um podcast no caminho para o trabalho ou enquanto realiza tarefas de rotina.
Se não for possível estar presente em tantas plataformas ou produzir em muitos formatos, a dica é priorizar a diversidade na hora de elencar quais serão o foco da sua estratégia.
Insira descrições e textos alternativos nas imagens
Lembra das tecnologias assistivas que mencionamos ali em cima? Os softwares de leitura de tela são bem conhecidos e muito comuns na rotina de pessoas cegas.
Mas, para que eles funcionem, você também precisa fazer a sua parte ao criar as páginas na web ou mesmo ao fazer posts em redes sociais.
No site ou blog, por exemplo, isso é feito por meio do atributo ALT e vale tanto para a descrição de elementos visuais que estão ali somente para ilustrar algo quanto para aqueles que realmente transmitem algum tipo de informação.
Esse é o caso de gráficos e tabelas, por exemplo, que podem aparecer nesses contextos e precisam estar acessíveis para todos.
Já nas redes sociais, há o recurso de texto alternativo, em que você pode descrever as imagens postadas. Na hora de fazer isso, vale a pena prezar por uma linguagem sucinta e objetiva, mas é importante não deixar nenhum detalhe importante de fora.
Inclua legendas, transcrições e interpretações nos vídeos
Segundo o IBGE, o Brasil tem mais de 10 milhões de pessoas surdas, ou seja, um público numeroso que não terá acesso aos seus vídeos se as informações contidas neles só estiverem disponíveis em áudio.
Por isso, outro princípio de acessibilidade digital muito importante que precisa estar presente no planejamento dos seus conteúdos é a disponibilização de legendas, transcrições e interpretações dos seus vídeos.
Em relação às legendas, hoje em dia existem várias ferramentas que ajudam a realizar essa tarefa de forma rápida e muito eficaz.
Ainda assim, é importante lembrar que algumas pessoas surdas podem ter dificuldade de compreensão com a língua portuguesa, já que essa não é a primeira língua delas. Por isso, se você quiser ir além, uma janela de interpretação em Libras pode ser uma iniciativa muito interessante.
Cuide da estruturação dos textos
Até aqui, falamos bastante sobre as necessidades de pessoas surdas e cegas, que devem ser consideradas na hora de produzir conteúdos com acessibilidade digital.
Por outro lado, existem outras deficiências e transtornos que também permanecem invisibilizadas e demandam alguns outros cuidados, como é o caso das pessoas com baixa visão ou até mesmo com dislexia.
Assim, na hora de estruturar os seus conteúdos textuais, vale a pena prestar atenção a elementos como:
Seleção da fonte
As fontes serifadas ou até mesmo as chamadas de fontes “fantasia”, que são mais artísticas, podem ser ótimas opções para uma arte ou algo do tipo, mas não são a melhor alternativa para transmitir informações.
Elas dificultam a leitura de pessoas que têm dificuldade em visualizar e decodificar os conteúdos escritos, o que faz com que as fontes mais simples sejam ideais para textos, principalmente quando eles são mais longos, como nos blogs.
Alinhamento do texto
Justificar o texto, deixando suas margens retinhas e alinhadas dos dois lados, é um impulso bastante comum na hora de produzir conteúdos textuais.
No entanto, esse tipo de alinhamento prejudica a padronização dos espaços entre as palavras, o que também dificulta a leitura e pode prejudicar a acessibilidade do seu conteúdo escrito.
Inserção de links acessíveis
Os links são um elemento muito importante para as técnicas de SEO e até mesmo para garantir o caráter informativo dos conteúdos, quando trazem a fonte de alguma afirmação.
Mas, para que cumpram seu papel, é preciso que sejam acessíveis a qualquer tipo de usuário, o que gera demandas em relação à navegação de pessoas com deficiência no seu site.
Caso esteja sendo usado um software para leitura da tela, por exemplo, o link deve estar sinalizado e precisa indicar o seu destino de forma clara, como em “acesse o site x” ou “saiba mais no post y”.
Distribuição das informações no texto
Por fim, para garantir a acessibilidade digital dos seus textos, é preciso adotar uma estrutura clara e que ajude o usuário a encontrar as informações que procura.
Para isso, a melhor alternativa é usar um sistema de tópicos e subtópicos, que devem estar nomeados de forma objetiva. Uma boa dica é utilizar perguntas, como “O que é (tema do conteúdo)?”, “Quais as vantagens?”, “Como funciona?”, entre outras.
Tudo pronto para criar conteúdos acessíveis? Agora, para continuar conhecendo mais sobre o marketing digital, confira também o nosso post sobre como aplicar storytelling para redes sociais!
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